quinta-feira, 9 de junho de 2016

Ensaio: Em nome da Ética

- Por Vanderlan da Silva

Poderíamos gastar uma vida falando em ética. Poderíamos interromper o ciclo natural da vida e criarmos imbecilismos para a perfeita arte de viver, complicando o que sempre foi perfeito. Mas como diz G. K. Chesterton o mundo não é uma poesia lúdica e sim um poesia exata: este é o convite - analisarmos ética valorizando a exatidão do mundo.
Poderíamos jogar numa fornalha o mundo do consumo, chamar dos piores nomes o império capitalista. Mas se analisarmos conforme Russell Kirk jamais devemos ser escravos do capitalismo, mas transformarmos o capitalismo em nossas ferramentas. Um simples instrumento de uso e desuso, que fazemos o que bem entendemos.
Ética relativizando a verdade? Ética fazendo Revolução? Ética aceitando a Revolução Francesa e Americana como importantíssimos para conceituarmos "ética"? Talvez sim. Nessas revoluções vimos homens massificando uma grande multidão com suas falácias e utopias e por intento ideológico causando o massacre revolucionário, onde qualquer outro profissional de história (mas que fez história de verdade - entrando literalmente no âmago da verdade) possa explicar a gravidade de uma revolução, onde os resultados são mais dores do que flores.
Jornalista não nasceu para ser uma cartilha de mundo ideal ou mundo perfeito. A realidade é imutável. Não tem formas, não tem modos de contestarmos ou alterarmos um virgula da verdade, da realidade dos fatos. Cabe a ética do jornalistas reportar o fato com criteriosa neutralidade, isenção, credibilidade, moral e a grande alma: verdade.
Já dizia Alexandre Garcia que não existe meia verdade, pois o outro lado da meia verdade é a meia mentira. Assim prossegue. Jornalista que adere a meia mentira, arque pelas consequências do seu erro. Jornalistas que vomita ideologia em sua matéria, amargue o preço do seu modo tendencioso de trabalhar. Jornalistas revolucionários, ressuscitem no futuro e paguem o preço da sua revolução.

Ética é um grande exercício para a alma! Um homem prudente, que sabe que como dizia o filósofo Edmund Burke, "o individuo é tolo, mas a espécie é sabia". Nós jornalistas, unicamente indivíduos somos altamente tolos, mas a espécie humana a qual pertencemos é extremamente sábia: e é a essa sabedoria que devemos reverenciar se querermos ser prudentes. Invés de paixões, moderações. Invés de mentira, verdade. Invés de jornalistas cegos e tendenciosos, jornalistas que reportam com o mais criterioso amor: isenção, neutralidade e credibilidade. Essa seria a alma da ética.

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