sexta-feira, 10 de junho de 2016

EXCLUSIVO: Entrevista com a Prefeita Ana Maria Matoso Bim

As demais matérias da série estão disponíveis em:
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Série: Fernandópolis e Brasitânia: políticos e população sobre 2016

EXCLUSIVO: Prefeita do Munícipio de Fernandópolis, Ana Bim cede entrevista exclusiva ao blog Ponto de Vista discutindo os principais pontos levantados por moradores tanto de Brasitânia, quanto de Fernandópolis

1 Ana, o primeiro local a ser ouvido foi o Distrito de Brasitânia. Os piores problemas de Fernandópolis foram apontados na vila. Uma moradora disse que Brasitânia foi esquecida pelos políticos de Fernandópolis. A denúncia confere? Justifique.
R: Mesmo que Brasitânia seja distrito de Fernandópolis, são duas situações distintas, necessidades diferentes, mas, a preocupação da administração é a mesma. Estamos sempre cuidando de Brasitânia, realizando serviços de limpeza, de tapa buracos, manutenção da praça central, oferecendo o melhor atendimento na Unidade de Saúde (inclusive entregamos no ano passado a Unidade de Fisioterapia “Maria Batista Rodrigues”). Também instalamos na mesma ocasião uma Praça de Exercícios do Idoso, que pode ser utilizada por todos os moradores e cuidamos frequentemente das estradas rurais daquela região. É claro, que ainda tem mais a ser feito e estamos lutando por isso, pois nossa administração sempre tratou com muito respeito esta população.

2 Outro ponto levantado foram as Festas de Peões. Em conversa com os moradores alguns até lembraram que Arabá também é distrito e lá ainda tem essas festas. Em Brasitânia, há 10 anos não tem mais festa. O que levou o Distrito a isso? É irreversível a situação? Justifique.
R: Os municípios têm atravessado uma situação econômica cada vez mais difícil. Ano após ano os repasses têm caído e as responsabilidades aumentado, e isso, leva o administrador público a ter que trabalhar com prioridades, ou os cofres públicos não suportam e as contas não fecham. A Expô de Fernandópolis foi terceirizada em nossa administração. Todos os anos o município tinha um gasto alto e deslocava mão de obra para manutenção do recinto. Com a terceirização, a população continua tendo uma festa de qualidade, e o município, destina os recursos antes gastos na Expô com outras melhorias para a população. Para o município, economicamente é inviável retomar a festa em Brasitânia, mas, fica a sugestão para que empresários que trabalham no ramo.

3 Um dos maiores problemas, como sempre é o ônibus dos estudantes e trabalhadores. Ano passado os vereadores até estiveram em reunião com os moradores. Foi sugerido que os moradores de Brasitânia fossem até o seu gabinete, representados por uma comissão. Mas acabaram surgindo rumores de terceirizar o transporte com a linha Jauense. Sob esse medo, os moradores voltaram atrás. Seria impossível um transporte novo? A conversa com os vereadores foi uma cobrança para a verba que algum deputado mandasse ao Executivo ser revertida especialmente na compra de um ônibus novo. Podemos ter alguma esperança ainda? O ônibus está em ótimo estado? Sabemos que a lei é para transportar apenas estudantes, e, mediante a reunião com os vereadores não existe uma lei específica para um transporte gratuito a trabalhadores. Mas porque outros municípios têm transportes em excelente estado levando tanto trabalhadores quanto estudantes?
R: Como disse a você em outra oportunidade, este ônibus circula para facilitar o dia a dia dos moradores de Brasitânia que trabalham ou estudam em Fernandópolis. Sabemos que ele é antigo, que precisa ser substituído, mas no momento isso não é possível, pois o município não dispõe de recursos financeiros para adquirir um novo transporte.

4 Um problema que envolve tanto Brasitânia, quanto Fernandópolis são as ruas. As pavimentadas estão esburacadas. Em Brasitânia inclusive tem a rua que dá acesso ao cemitério, que não foi pavimentada. Quando falece algum morador e o tempo está de chuva fica muito difícil. O que fazer diante desse problema e o problema das ruas esburacadas tanto de Fernandópolis, quanto de Brasitânia?
R: Essa é uma situação que atinge vários municípios, não apenas Fernandópolis e Brasitânia. Mas, no caso das ruas, existem alguns fatores que dificultam o trabalho. Primeiro, a maioria das ruas pavimentadas ficou muito tempo sem nenhuma manutenção, situação que é agravada com as chuvas. Depois, ainda enfrentamos dificuldades na aquisição e recebimento da massa asfáltica, pois as empresas que geralmente participam dos processos licitatórios estão impedidas de fornecer por problemas judiciais e a prefeitura não tem como impedir que participem. Então, tem sido uma dificuldade conseguir massa. No caso das ruas que precisam ser pavimentadas, como a citada no distrito, temos que dispor de um pouco mais de recursos, o que infelizmente, tem sido difícil devido a queda de repasses dos governos estadual e federal e da arrecadação municipal. Sabemos das necessidades, tanto de Brasitânia, quanto de Fernandópolis, e vamos trabalhar para conseguir atendê las.

5 O Campo de Futebol de Brasitânia é outro problema. Muros caídos, moradores acusaram que pelos banheiros estarem abandonados há acúmulo de água facilitando o criador de mosquito que transmite dengue, chikugunha e zika. O que fazer para mudar essa realidade?
R: O local passou por reforma quando estive pela primeira vez a frente da prefeitura, mas é constante alvo de depredações. Enfrentamos um momento em que é necessário trabalhar com prioridades, como saúde e educação. Mas, assim que possível pedirei a equipe da Secretaria de Obras e Infraestrutura que realize os reparos necessários. Vou pedir também aos nossos agentes que façam uma vistoria no local para ver se realmente existem criadouros, e caso tenha, faremos a eliminação adequada.

6 Outro problema é a pracinha da COHAB da Brasitânia que foi projetada há mais de 20 anos e até hoje nada foi feito no local. Em determinados momentos acumula até lixo. Desta vez teve morador acusando encontrar até escorpião no local. Sabemos que o local pertence ao CDHU. Mas por esse motivo não podemos esperar nada relativo ao local? A pracinha nunca será criada? Moradores já se dispuseram a eles mesmos plantarem no local e conseguirem patrocínio para conseguir bancos. O que a Prefeitura pode fazer em relação a esse problema?
R: O local faz parte do cronograma de limpeza da nossa equipe, que é responsável pela manutenção de todos os espaços públicos de Brasitânia e Fernandópolis. Porém, a situação complica, às vezes, porque ainda falta a consciência de alguns de não jogar lixo e entulho no local. Temos sim a intenção de usar a área para oferecer lazer a população, e esperamos em breve conseguir recursos para isso.

7 Um dos pontos que foi acusado no município de Fernandópolis foi o desemprego. A Prefeitura pode fazer alguma coisa em relação a esse problema? Justifique.
R: Nossa administração se preocupa muito em oferecer qualificação profissional, pois muitas vezes, o mercado de trabalho oferece vagas, porém, falta mão de obra qualificada. Conquistamos o Polo Regional da Construção Civil, que oferece gratuitamente aulas de Encanador, Pedreiro e Assentador de Azulejos e ainda bolsa auxílio no valor de R$ 420,00, ao término do curso para quem está desempregado. Duas Padarias Artesanais instaladas junto ao CRAS, que oferecem aulas de Panificação, o Catis com aulas de Informática, Casa Aprender com cursos de: Costura, Designer de Sobrancelhas, Massagem/Depilação, Noções Básicas de Cabelo e Manicure/Pedicure, o CMTMO – Centro Municipal de Treinamento de Mão de Obra com cursos de: Informática, Costura Eclética, Padaria/Confeitaria, Eletricista Instalador, Operador de Serigrafia, Pintor de Obras e Trançado em Junco, e tudo gratuitamente e em horários variados. Também realizamos no ano passado, um concurso público para diversas áreas, do qual até o momento, já chamamos 392 profissionais, sendo que mais de 400 serão chamados e ainda haverá formação de cadastro reserva. Na última semana recebemos o título de “Melhor Projeto” conferido pelo “Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor” devido iniciativas de apoio às micro e pequenas empresas instaladas em Fernandópolis. No ano passado, registramos a abertura de 951 novas empresas. Portanto, fica claro os esforços de nossa administração em fomentar a criação de novos postos de trabalho no município.

8 Ana outro problema é o emblema envolvendo a Santa Casa. O que pode ser feito por parte da prefeitura em relação ao estabelecimento que está passando por sérias dificuldades?
R: Primeiro, é preciso lembrar que a Santa Casa não é responsabilidade do município. À Prefeitura Municipal, cabe o repasse de uma subvenção referente aos atendimentos de urgência e emergência que o hospital oferece aos munícipes. No ano de 2015, a subvenção aprovada pelo Conselho Municipal de Saúde foi de R$1.980.000,00 (um milhão, novecentos e oitenta mil reais), divididos em 11 parcelas de R$180.000,00 (cento e oitenta mil reais). Este ano, estamos repassando o mesmo valor mensal, que será feito até a inauguração da UPA – Unidade de Pronto Atendimento, obra conquistada nesta administração, que passará a realizar estes atendimentos. Desde 2013, quando assumimos a prefeitura, as subvenções são feitas em dia. Pagamos até mesmo repasses atrasados, deixados pela administração anterior. O repasse dos recursos é acompanhado e fiscalizado pelo Conselho Municipal de Saúde.
No mês passado, entregamos duas novas unidades de saúde e uma ampliação, atingindo assim, a marca de 100% de atendimento de Estratégia de Saúde da Família, ou seja, toda nossa população está sendo acompanhada por uma equipe de profissionais de saúde, e isso, também colabora muito com a nossa Santa Casa, já que situações mais simples podem ser resolvidas nas unidades. E sempre que houver, qualquer outra forma de ajudar o Hospital estamos a disposição. E é preciso lembrar que essas dificuldades atingem praticamente todas as Santas Casas do estado, não somente a nossa.

9 Enquanto essa série esteve em produção houve o problema envolvendo o Hospital do Câncer. Ele realmente fechará as portas? O que a senhora como prefeita pode fazer para reverter essa situação?
R: Somos solidários tanto aos pacientes atendidos pela unidade de prevenção “Giulia Marzola Faria”, mantida no município pela Fundação Pio XII (Hospital do Câncer de Barretos), surpreendidos nos últimos dias com a notícia de um possível encerramento das atividades, quanto a cada profissional que ali trabalha. Oferecemos a instituição nosso apoio técnico e político para o atendimento de seus pleitos junto ao Governo do Estado, bem como o credenciamento junto ao SUS (Sistema Único – governo federal), mas é importante ressaltar que o município não tem responsabilidade orçamentária sobre os custos para manutenção da unidade, que é de responsabilidade da fundação.

10 Os moradores também estão ansiosos por saberem a relação entre o Executivo e o Legislativo. Como prefeita: como está sendo o seu relacionamento com os vereadores?
R: Já fui vereadora, aliás, iniciei minha vida política na Câmara Municipal. Então, respeito e sei da importância do trabalho do vereador. Procuramos atender ao máximo os pedidos que vem do Legislativo (que estejam embasados dentro da legalidade), pois entendemos que são pautados nas necessidades da população. Nos últimos dez meses, por exemplo, foram mais de 50 solicitações atendidas. É claro, que sempre existe uma divergência ou outra, como em qualquer relacionamento, porém, procuro sempre tentar resolver da melhor forma.

11 Ana outro esclarecimento que os moradores estão buscando é a CPI da Merenda. O que pode ser dito sobre esse problema?
R: Esta administração respeita e apoia o direito dos vereadores de fiscalizar todo e qualquer ato dentro da municipalidade, porém, temos visto que esta situação foi usada por alguns para perseguição política. Todos os pregões da Merenda realizados pela Prefeitura Municipal são precedidos de orçamentos apresentados pelas empresas interessadas. Nada é adquirido na administração municipal sem orçamento e vários profissionais acompanham os trâmites justamente para garantir que tudo ocorra dentro da legalidade. Tanto é fato que esta administração age com retidão na condução de seus atos que realizou sindicância interna e tomou a iniciativa de pedir ao Ministério Público que investigasse os processos licitatórios ligados a Merenda Escolar. Se existiu, de alguma parte quaisquer erros ou irregularidades na condução destes processos é do nosso total interesse que os fatos sejam esclarecidos. É importante ressaltar ainda que esta administração preza oferecer aos alunos das escolas do município uma alimentação de qualidade, saborosa e rica em nutrientes, com cardápio variado e acompanhado por nutricionista. Deixo aqui um convite para que visite uma de nossas escolas ou mesmo que converse com os pais de alunos da rede municipal para que possa ver de perto.

12 Ana como é o seu relacionamento com Deputados, Senadores, Governador e até mesmo Presidente? Qual assessor facilita seu relacionamento com os mesmos?
R: Graças a Deus, temos um bom relacionamento em todas as esferas, tanto com as autoridades, como com seus assessores. Sempre que possível, acompanhada de meus secretários, vou a São Paulo e Brasília pleitear melhorias para nossa cidade, e às vezes, também aproveito a assinatura de algum convênio, ou evento, para reforçar ou fazer novos pedidos.

13 Durante a série, Fernandópolis viveu as manifestações que levou ao impeachment da Presidente Dilma. A senhora é a favor ou contra o impeachment? O Brasil estava indo bem e agora piorou na Gestão Temer, ou estava pior e agora vem dando indícios de melhora, ou estava pior e agora piorou ou estava pior e continua pior? Essa mudança de presidente é bom sinal para Fernandópolis? Podemos ter alguma esperança?
R: Acredito que irregularidades devem ser apuradas e punidas em qualquer esfera, porém, hoje vemos um cenário político nacional confuso em meio a uma grande crise que afeta principalmente a economia. O governo federal tem diminuído repasses, consequentemente o estadual também. As arrecadações no município também caíram, preocupando ainda mais o administrador público. Na verdade os municípios são a parte mais vulnerável dessa cadeia, porque é nele que a população mora, estuda, utiliza dos serviços de saúde, assistência social. Creio que será mais um ano difícil para todos os municípios, e para nós, não é diferente, porém, estamos empenhados em buscar alternativas que minimizem o máximo possível os impactos. Na verdade, a nossa crise começou mais cedo, em 2013, quando assumimos um município endividado. Graças a Deus conseguimos pagar mais de 16 milhões e parcelar outros 13 milhões. Penso que enquanto prefeita, minha missão é buscar o melhor por minha cidade, independente de quem está na presidência.

14 As manifestações que tiveram em Fernandópolis, incluindo a de 13 de março foi considerada a maior da história do município. Qual a sua consideração Ana? Você considera satisfatório ou insatisfatório? É bom vermos tamanha insatisfação dos moradores diante a política? Justifique.
R: Não me agrada ver o país passando por uma crise como esta, porém, o povo deve lutar sim por seus direitos da forma como achar necessário, desde que pacificamente e com ordem. Acredito sair às ruas é muito válido sim, mas, também é preciso se organizar, entender como as coisas funcionam, pensar o que precisa ser mudado e acompanhar o que o candidato em quem você votou está fazendo depois de eleito.

15 Ana quais são suas perspectivas para o futuro de Fernandópolis?
R: São as melhores possíveis. Fernandópolis é uma cidade que se destaca em diversas áreas, um celeiro de talentos, centro de região. Lugar de gente dinâmica, batalhadora, criativa, solidária e do bem. Temos índices maravilhosos de IDH – Índice de Desenvolvimento Humano (50º), de acordo com a ONU, a Melhor Educação do Brasil – segundo a Fundação Getúlio Vargas, a Melhor Cidade em Responsabilidade Social, segundo pesquisa da conceituada revista Isto É, entre tantos outros, que só mostram o grande potencial da nossa Terra Moça. Somos uma cidade com progresso equilibrado, e tudo feito com equilibro traz melhores resultados. Eu acredito em Fernandópolis! 

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