segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Poesia: O escravo debruçado sobre o lenho da senzala

E me inspiraram as estrelas
Estrelas essas que os olhos podem ver
Me inspirou a noite
O céu estava límpio
E a lua fazia clarão!

Fazia muito tempo que não via um céu assim,
Outrora os luzeiros
Eram  relâmpagos, trovões e raios
Noticiando tortuosas tempestades...

Não sei por que,
O céu resolveu se abrir
A noite voltou a sorrir...

Deveras ser por que acabou o açoite,
Acabou a salmoura sob meu lombo,
Simplesmente para aliviar a dor.

Acabou!
Simplesmente acabou!
O capataz já não tem força,
E eu procuro o meu viver.

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